29 de nov. de 2009

Dúvida cruel

Ai, meu Deus, quem eu vejo 
primeiro na Broadway? 
Hugh Jackman ou Jude Law?



27 de nov. de 2009

Roupa suja se lava em casa

Ou, mais especificamente, no térreo do prédio, pra quem tem sorte de ter uma lavanderia no edifício como eu. Não sei o que o povo aqui tem contra área de serviço. Nunca vi uma. Nem varal nos apartamentos tem,  o que me levou a aderir a uma Técnica Milenar Avançada de Pendurar Calcinha Dentro do Guarda-roupa. Já as peças maiores, não tem jeito de lavar em casa. Por isso é muito comum ver as pessoas nas ruas carregando seus molambinhos rumo à Dry Cleaner do bairro. Ainda bem que onde moro só preciso pegar o elevador. Quer dizer, pegar o elevador três vezes, para lavar, secar  e trazer de volta minha trouxa. Não sei o que seria de mim sem uma ajudante como a modelo, manequim e atriz Luli Rique, que vai mostrar pra vocês como é que se faz.


1- Coloca-se o sabão e a roupa na máquina.




2- Paga-se 12 moedas de 25 cents para usar a lavadora e a secadora.





3-Retira-se a roupa das máquinas alegremente,
antes que algum vizinho esquentadinho 
chegue e espalhe tudo pelo chão.
















Ceguinho safado

-Quer ajuda para atravessar a rua?
-Claro, claro.
-Você tá indo pra onde?
-Você tá indo pra onde?
-Metrô da Lexington. 
-Então também estou indo pra lá.
Ceguinho 1 x 0 Flavinha 




-Você é daqui?
-Não, sou brasileira.
-Hummm. Brasileira.
-Tá fazendo o que aqui?
-Vim estudar roteiro. 
-Então você deve ser muito bonita, atriz. 
-Não, eu sou muito feia, por isso só posso trabalhar atrás das câmeras. 
Sabe como é, ninguém pode ter tudo.
-Eu é que sei. 
Ceguinho 2 x 0 Flavinha 


- Sim mas, o que você vai fazer hoje à noite?
- Vou sair com meu namorado.
- Vá não. Vamos para a minha casa.
- Que é isso. Eu sou uma garota comportada. 
  E vou deixar ele esperando?
- Nada. Liga pra ele e diz que você teve
 um blind date.
Ceguinho 3 x 0 Flavinha









22 de nov. de 2009

Mesa para dois

Namorado na cidade é igual a cantinhos charmosos para passear.
Aqui vão os nossos preferidos:


Café ou Brunch no Good Enough to Eat 
Adoramos o nome e o lugar. Parece casinha de vó, com comida de vó, mas é frenquentado pela galera jovem e descolada do Upper West side. Tem uma tal de manteiga de morango caseira lá que meu deus do céu, a gente pediu a receita e eles, simpaticamente, deram. Vai virar comida de neta. 483, Amsterdam Ave (83rd Street).


Almocinho no Beyoglu 
Bem lindinho. Cozinha mediterrânea, cerveja turca, os nomes dos pratos são tão esquisitos que não dá pra saber exatamente o que vem, mas pode pedir qualquer coisa, que a surpresa vai ser boa.  1431, 3rd Ave.



Jantar no Blue Ribbon
É a cozinha onde os chefs da cidade se encontram de madrugada depois que cada um desliga o seu fogão.Num dia de sorte você pode arregar quitutes da farra deles por conta da casa. Por sua conta mesmo, vá avisado que é mais caro que a média, mas vale a pena. Super modernete, música massa, tudo delícia, principalmente a sobremesa Bruno Chocolate7, Sullivan Street.










16 de nov. de 2009

Carrapato de gente

Minha gente, aqui tá rolando uma praga de bed bugs, que são tipo uns percevejos sanguessugas que se alojam no colchão e aparecem à noite, vigemaria. Uma vez que eles estão no ambiente, você precisa ou lavar tudo ou jogar tudo fora, porque eles se multiplicam logo até que fica fora de controle. Já tinha ouvido falar, mas achava que era meio lenda urbana, até que uma menina do meu curso aparece toda marcada da cabeça aos pés das mordidas desses malassombros. Tadinha, bem branquinha, com um milhão de bolotas vermelhas. Era a visão do inferno. Praticamente uma bandeira do Náutico.

10 de nov. de 2009

School of Visual Arts - Cursos






Sim, mas, além de farra, o que é que eu tô fazendo aqui? Vim estudar na School of Visual Arts, a SVA, onde estou fazendo cursos de roteiro e criação. É uma faculdade massa, que oferece formação em Cinema, Design, Publicidade, Ilustração, Animação, Fotografia, Artes Plásticas e outras coisas divertidas. Tem cursos regulares e outros de Continuing Education, os que escolhi. São legais pra quem vem de fora porque você pode montar a sua grade de estudo com várias áreas de interesse ao mesmo tempo e depois continuar os módulos. Muito doido, mas a duração é de acordo com as estações do ano. Minhas turmas são as do Fall (outono). Tô adorando. Quem me indicou a SVA foi Rique, que também já estudou lá. Aqui vai o link para quem quiser saber mais: 
http://prevnewsva.schoolofvisualarts.edu

8 de nov. de 2009

Blind date

Desde que eu cheguei tentava me encontrar com Aila, uma amiga do meu amigo Rodrigo Miau, e nada. Toda vez a gente se desencontrava, ou marcava e depois não podia, enfim. Finalmente a gente conseguiu marcar pra sexta e juramos não furar. Na hora combinada tô eu lá, na frente do Session 73, que é um barzinho massa onde também tem show, mas cadê a menina? Meu celular não pegava direito, o dela na caixa-postal. O pior é que o lugar ficava numa esquina e todo mundo que passava na rua já tava olhando pra mim achando que eu tava parada ali a trabalho. Resolvi entrar pra procurar ela. Mas peraí, procurar quem? Só sabia que era morena e que ia com mais duas amigas. É isso que dá essa minha falta de hábito de futucar o Orkut dos outros. Vem a hostess falar comigo. Pergunto se ela viu chegar alguma brasileira com uma russa e uma japa. Nops. Volto pra calçada porque lá dentro não dava pra ouvir o celular. Vem um cara puxar conversa. Era da banda que ia tocar naquela noite. Antes que ele perguntasse quanto eu era, fui logo contando a história. Ele se comoveu e gostou da idéia de ir lá dentro procurar uma brasileira, uma russa e uma japa. Volta ele dizendo que também não achou. Antes de ir embora, decidi fazer mais uma tentativa.  Saí de mesa em mesa perguntando: "Are you called Aila?". Em vão. A essa altura o bar todo já tava achando que eu tinha uma amiga imaginária ou que tinha levado um bolo num encontro gay. Até que meu celular toca e chega Aila, coitada, explicando o imprevisto que teve e depois, Diana e Rudi, meus roomates. Todo mundo se adorou. Noite feliz. E eu logo voltei à minha condição de garota de família.









5 de nov. de 2009

É pra rir ou pra chorar?

E lá vêm os irmãos Cohen bagunçar o coreto com mais um filme divertidíssimo.  
Vi A Serious Man assim que estreou em NY pra rir primeiro e melhor. Até que: êpa. Tem coisa aqui de que não dá pra achar tanta graça não.


É a história de um homem honesto que só se lasca. E de repente você se pega com o coração apertadinho pensando porque é assim. Por que tanta gente legal passa por situações que não merece? Por que tem tanto mala no mundo que só se dá bem? 


Esse um tema que me interessa e que adorei quando vi retratado também recentemente numa peça chamada A Alma Boa de Setsuan, com Denise Fraga, em Recife.  É um texto massa de Brecht, dramaturgo alemão, que faz refletir sobre coisas como "Por que a bondade não é recompensada e a maldade é premiada?". E que é triste, mas é verdade.


Falando em tristeza, aproveito pra contar também que fui ver This is it, filme com o registro do que seria a última turnê de Michael Jackson, anunciado por aqui com grande estardalhaço, com sessões por tempo limitado e que também já estreou no Brasil. 


Diferente daquela coisa bizarra e intocável que a gente era acostumado a ver nas revistas, no documentário ele aparece mais humano, mais frágil, até cansadinho depois de uns passos mais puxados. Estrela, sempre estrela, mas com uma gentileza no trato com a equipe, uma doçura na voz e no olhar que até nos faz esquecer da cena do bebê na janela, das brincadeiras de Peter Pan de madrugada com os menininhos e das ex-esposas café-com-leite. Dá uma pena. Pra chegar a esse ponto de doidice, que criatura mais atormentada deve ter sido esse tal de Michael Jackson. 


Corta para a coreógrafa ensaiando e mandando todos os bailarinos pegarem no pinto pra ela ensinar como é que se faz pra dançar igual a ele. O cinema todo ri até derramar a pipoca. Passa amanhã, melancolia. O cara foi embora, mas mandou avisar que a vida pode até ser meio complicada, mas a gente tem mais é que rebolar e se divertir. 









1 de nov. de 2009

Amy Winehouse no Halloween

Bem, acabo de descobrir que Halloween não é exatamente gente vestida de monstro como a gente vê nas festinhas dos cursos de Inglês. Tá mais pra Carnaval do que Dia das Bruxas. Tem desfile na avenida, carro alegórico, orquestra e até bateria de samba.


Tem também uns personagens mais originais, estilo Olinda, como uma figura vestida de moita com uns peitões, nos quais esbarrei na rua. Perguntei onde ele/ela tinha comprado os anexos, pra ouvir: "Foi Deus quem me deu". 


Não sabia direito como era o esquema das fantasias aqui, então arrumei uma peruca de Amy Winehouse e fui pra festa meio desconfiada de estar  out. Para a minha surpresa, foi um sucesso. Cada mergulho era um flash. "Amy, posso tirar uma foto?" "Amy, sou sua fã"."Amy, me dá um autógrafo?". "Amy, pensei que você já tivesse morrido". "Amy vem dançar aqui". "Amy, desce da mesa, senão quebra".  Era o garçom. Uma pessoa famosa também não pode fazer nada.