27 de out. de 2009

Mais uma grávida

Muita calma nessa hora, que ainda não foi a minha vez. É Celinha, minha irmã, quem tá esperando bebê. Mas quem fica com desejo sou eu. Queria muito estar em casa agora pra dar um monte de beijo nela. Como assim, minha irmãzinhazinha caçula vai ser mãe? Peraí, um dia desses eu não tava tirando ela do berço sem ninguém ver e dando resto de mamadeira do dia anterior, como se aquela coisa fofa galega de meses fosse minha bonequinha? Ainda é. Que bom que apesar das minhas trelas ela sobreviveu e agora vai passar pela que talvez seja a maior das aventuras na vida. Fiquei sabendo pelo Skype, família toda junta, coisa linda. Esse mundo tecnológico cada vez mais doido tem isso de bom. Ao mesmo tempo, fiquei me sentindo tão distante, meio de penetra na festa. Já vi que vai ser uma barriguinha linda crescendo, e minha saudade também.

24 de out. de 2009

Do Bar do Neno para o Eamon's Bar

O objetivo era apenas tomar uma cerveja maloqueira com Dan Dan. Sendo que junto com ele acabei encontrando um povo muito fino e fofo, mas super da galera, porque de frescura nessa vida já basta o frio que tá fazendo aqui. 


Conheci a namorada dele, Gabi, coisa linda, da arte e da moda, cujo único defeito aparente foi ter esbarrado em Mr. Big, o galã de Sex and the City, na minha ausência.


Conheci também Duda e Marcelo, casal massa. Ela acabou de voltar do Egito, onde foi apresentar o documentário Calling Home, e ele é o roteirista do filme Jean Charles.


Gente do bem, papo delícia, mil histórias e uma noite para beber e não esquecer.  



   


21 de out. de 2009

A mulher melancia

A única gringa com bunda que vi nessa cidade. 






20 de out. de 2009

Cocotando

Tava passeando na Flea Market, uma feira de rua cheia de expositores maluquetes, peguei outro quarteirão e sem querer acabei emburacando na Delphinium Home, uma lojinha massa de coisas de casa. Os donos são uma simpatia e têm mais duas lojas legais, bem pertinho dessa aqui: uma papelaria de mesmo nome que também vende objetos e outra de roupas para garotos modernetes (Wear me out). Visitei as três e, por incrível que pareça, não aconteceu nenhum incidente. Logo, posso voltar nelas com quem vier aqui me visitar. Pra quem vem depois, 
fica o endereço: 653, 9th Ave, no West Side.







19 de out. de 2009

O que não esperar das pessoas

Faça chuva ou faça sol (geralmente chuva), em Nova Iorque ninguém anda. Corre. Ninguém come. Engole.


Estou numa mesa para dois, vem um garçom e pergunta quantas pessoas vão chegar. Expliquei que tava esperando um amigo. O garçom aponta pro balcão e fala, meio abusadinho: "Então  por que você não espera ele ali?". Ok. 
Vou embora. O lugar não era lá essas coisas todas mesmo.


Aí outro dia vou passando em frente a um restaurante massa e a hostess me convida para entrar. Agradeci, disse que já tinha almoçado, mas ela insistiu e me convenceu a experimentar um Tiramisu caseiro delicioso. E era mesmo. Fora que o lugar era lindo, charmoso, cheio de velinhas. Fiquei pensando em quanta gente querida queria levar ali. Mudei de idéia.


Cinco minutos depois, vem o garçom com a conta que eu nem tinha pedido ainda, me dá uma cutucadinha e diz: "Dá licença, estamos precisando da mesa". Não era possível. Ele que tinha me acomodado ali. Tinha um monte de mesa desocupada ao lado. Seria alguma coisa errada com a minha roupa? Com o desodorante? Alguém teria cochichado no ouvido dele algo sobre o meu passado no bairro da Mustardinha?


Três dias elocubrando que danado eu tava fazendo de anormal nos restaurantes locais, até que me deparei com essa plaquinha aqui numa padaria, botando o cliente pra fora, sem nenhuma cerimônia, se demorar mais que o tempo regulamentar:





Uma plaquinha, não. Eram cinco. Uma ao lado da outra, pra ficar mais do que claro a qualquer desavisado como eu que ali se deve e mastigar e zarpar. Ou seja, eles têm uma verdadeira paranóia com demora nas mesas por aqui. Algo como, a gente está fazendo o favor de vender comida a você, que faz o favor de dar lucro pra gente. Uó. Uó. Uó.


Mas nem tudo é dureza nessa cidade. Em meio à frieza e de tantas pessoas correndo pra lá e pra cá, também é possível se deparar com gente sensível e sem pressa alguma. 


Como uma senhora desconhecida que se aproximou pra conversar comigo num café, num dia em que eu estava triste. Do nada, veio me dizer que eu era uma pessoa boa e bonita, que eu não me preocupasse, que tudo ia ficar bem. Ou como um senhor que zerou o taxímetro e deu várias voltas só pra me mostrar exatamente onde ficava o próximo lugar que eu ia e ainda me devolveu a gorjeta. Tudo isso na mesma noite, com uma doçura rara de se ver por aqui. Vai ver eram dois anjos-avós.

17 de out. de 2009

Michael não morreu

Encontrei essa figura no caminho da Times Square. Deu vontade de imitar ele fazendo moonwalk, mas acho que a minha cota de micos em Nova Iorque já foi.




15 de out. de 2009

Achei e não achei

Muito obrigada a todos que mandaram emails para me ajudar a achar um apartamento. And the winner is...  Serginho de Carlota, que me passou o contato de Diana, uma argentina com quem estou dividindo um cantinho legal. Mas se a sua carta não foi contemplada, corra, ainda dá tempo de participar. Só posso ficar aqui até o fim do mês e continuo aceitando sugestões de lugar com um ou dois quartos.

14 de out. de 2009

Kandinsky no Guggenheim


   

Sabe aqueles copos de plástico que montam e desmontam com várias camadas redondas? É dentro de um desses que você se sente no museu Guggenhein. Interessante é que não tem guia. Tem audio tour. Entrei, recebi um fone e um gravadorzinho com uma mensagem que ia explicando cada parte da exposição. Depois saí viajando em círculos e em telas incríveis. E de 
repente uma cidade cinza ficou toda colorida.

11 de out. de 2009

Et, telefone, minha casa

Acabei de sair correndo do apê em que eu estava por motivos inacreditáveis.
Quando chegar eu conto. Agora estou num YMCA, que é tipo um albergue
massa e carinho. Por isso, logo, logo estarei sem teto. Até porque em NY é super difícil encontrar um cantinho legal, por um preço bom, em pouco tempo. Então, se alguém aí tiver alguma sugestão para me salvar, por favor mande um email para flavinha-marques@hotmail.com ou ligue para 646 320 2704, que é o meu celular aqui. Se vc tem alguma dica de lugar pra eu ficar disque 1. Se vc tem algum amigo gente fina que tope dividir, disque 2. Se vc acha que eu devo começar a pensar em vender o corpo, disque 3.

7 de out. de 2009

Ladra involuntária

É assim: por mais maloqueira que seja a sua natureza, você bota uma roupa de frio e fica, automaticamente, rica e chique. E cá estou eu, cocotando na Lexington Avenue, vendo meu reflexo nas vitrines, toda empacotada, e sonhando: "nossa, como eu sou rica, como eu sou chique", até que me deparo com um acessório que antes não estava no meu figurino. Tinha uma calça pendurada no meu ombro com uma etiqueta balançando. 


Fiquei bege-claro- café-do-starbucks. Era uma roupa que tinha pegado pra provar e acabei me esquecendo de passar no caixa. Mas, como assim, eu passei pela porta da loja e o alarme não disparou?  Pensei:  "bem, então vai ser tranquilo voltar lá e pagar". Passo de volta pela porta da loja e o negócio péééim! péééim! péééim! péééim! péééim!  


Como nunca roubei antes, fiquei sem saber se nessas horas a pessoa corre para evitar a catástrofe ou se é melhor fazer cara de Cigano Igor daquela novela e evitar qualquer expressão para não expor os seus deslizes. Na dúvida, dei uma carreira até o caixa antes do segurança chamar os reforços. Expliquei o ocorrido, paguei a calça, a vendededora deve tar rindo da minha cara até agora. E pensando que isso, definitivamente, não é coisa de gente rica, nem chique.

4 de out. de 2009

Home Sweet Home

Somos quatro moradores e o apê é um pouquinho diferente do que eu imaginava (o de Friends): não tem portas nos quartos. É o que eles chamam por aqui de railroad, porque o formato parece uma linha de trem com vários cômodos em série. E antes que alguém pense besteira, vou logo explicando que rola todo um esquema pra ninguém ver a bunda de ninguém. 




Entre um cômodo e outro tem cortinas. Esse é o meu.
Atrás da cama tem uma escrivaninha.




Aqui a varanda lateral. A outra vista é para a 1a avenida.





Banheira! Repare na cortina com o metrô de Nova Iorque.
                            


Sim, isso é um sofá no meio da cozinha.
                            





1 de out. de 2009

Where's your passport?

Já cheguei chegando. Tava desesperada pensando que tinha perdido minha mala até ficar mais desesperada ainda quando dois policiais me pararam e perguntaram: "Ei, moça, cadê seu passaporte?" - depois que tinha passado da imigração. E eu lá sabia onde é que tava? Futuquei a mochila todinha e nada. E os caras só olhando. Quando já ia fazer biquinho e chorar achando que ia ser deportada ou aparecer no programa de Cardinot local, um deles disse para o outro: "É dela". E me devolveu o documento que eu tinha largado não sei onde, junto com o juízo. Levei uma bronca. Quem foi que me deixou viajar sozinha?