19 de dez. de 2009

Lost

Pra quem não assiste a série, em Lost os personagens pegam uma avião que some do mapa e cai. Pois bem. Foi disso que eu mais lembrei no meu vôo de volta, quando a pilota da Delta (sim, era uma pilotA) avisou: 
"Senhores passageiros, queremos informar que a nossa aeronave apresenta falhas em um dos equipamentos e por conta disso precisaremos retornar imediatamente aos Estados Unidos"


Eu, que achava que a minha maior dificuldade da noite seria me acomodar naquela semipoltrona da classe executiva, não conseguia mais achar posição. Os outros passageiros também foram despertando um a um com cara de "ela disse isso mesmo ou era um pesadelo?". Mas a pilota fez questão de dirimir qualquer dúvida de que o bagulho era mesmo sinistro, mano, e continuou a explanação: " Informamos que o procedimento é de fato necessário,  pois trata-se de um equipamento muito importante para a aeronave, já que é através dele que podemos ser localizados no radar e pelas demais aeronaves em tráfego". Era ela falando e eu imaginando William Bonner narrando o mesmo enquanto aparecem aquelas simulações digitais de desastre no Jornal Nacional. 


Olhei pro GPS e vi o aviãozinho voltando de Cuba, querendo mesmo era que fosse possível ver ali se vinha mais algum na direção contrária. Começou a confusão, gente reclamando, criança chorando e quem não tinha ido com a cara do passageiro do lado virou íntimo repentinamente. Nem as comissárias, que geralmente têm aquela cara de paisagem, conseguiam disfarçar o nervosismo. Um passageiro foi perguntar quanto tempo ia levar pra chegar e levou um fora: " Se o senhor quiser, a gente continua, mas quero ver se assim dá pra passar da Amazônia". 


Ok, ok, comecei a rezar, a agradecer a  Deus pela minha vida e pela de todo mundo.  Pela sua, inclusive. Repeti não sei quantas vezes a lista de queridos na oração ( e olhe que são muitos) as horas se passando e nada de chegar. Até que não sei como o avião aterrissou, que beleza. Tô viva! Tô viva! Mão no coração, igual eu fazia quando era pequena, só pra me certificar de que não tinha morrido ainda. Chegou, chegou, que bom, que bom. Pronto?  Inventaram de dizer que iam consertar a peça, para protesto geral. Antes que virasse baixaria, resolveram que a gente ia ser transferido para outro avião. Mais 3 horas de espera. Eu tava que não aguentava. Pensei até em gritar: go get Jack!, pra ver se o herói do seriado aparecia pra me salvar. Mas se tem compahia aérea que não tem nem mecânico direito,  quem dirá ter um médico gostosinho de plantão.

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