É uma punk com 13 anos e 31 piercings.
É um novelo de linhas coloridas onde brincam os gatinhos de Wall Street.
É um palco onde se revezam um negão com um sax, um chicano de viola e uma sósia de Janis Joplin.
É um casal de orientais de mãos dadas cochilando um no obro do outro, enquanto você tenta adivinhar se eles estão de olhos abertos ou fechados.
É uma briga que acontece exatamente no seu vagão e uma polícia que adivinha e aparece na próxima parada.
É uma família de judeus ortodoxos, em que até o menininho de três anos tem a cabeça raspada e um cachinho caindo em cada orelha.
É ter paciência com a interminável obra nos trilhos e eventuais mudanças de linha. (coisa besta, dia sim, dia não:)
É ouvir "This is a Manhattan bound" quando você quer ir pro Queens e "This is a Queens bound" quando você jurava que tava indo pra Manhattan.
É sonhar com o mesmo locutor sacaninha repetindo, o tempo todo: "Stand clear of the closing doors, please", como se fosse possível se afastar da porta na lotação da hora do rush.
É a locação de Men in Black e Madagascar, se o trem parar na Grand Central.
É onde o vento faz a curva, e o pensamento, não.
É um desfile de moda contemporânea, urbana, chique, despojada, avant-garde, retrô, com peças que exploram bem a alfaiataria, carpintaria, maçonaria, padaria, meu deus, que fauna maravilhosa é essa?
É um mundo inteiro que cabe em um buraco no chão.
É uma menina morrendo de saudade, que apóia a cabeça na janela e sonha que a próxima parada seja no Brasil.
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